Quem está no Panteão Nacional ?

No dia em que os restos mortais de Eça de Queiroz chegam ao Panteão Nacional, lembramos os nomes das figuras marcantes da História de Portugal, da política à cultura, às quais o jornalista, escritor e diplomata se junta.

Cerca de 400 anos de construção valeram-lhe a expressão popular “Obras de Santa Engrácia”. Considerado Panteão Nacional em 1916, meio século depois é terminado, por ordem de António de Oliveira Salazar, e acolhe os primeiros nomes.

“É um monumento que, num primeiro momento, tem apenas e só três presidentes da Republica e três escritores. É um monumento com o qual a revolução de Abril tem uma má relação e a reconciliação só se dá em 1990, quando o general Humberto Delgado entra também”, lembra Santiago Macias, diretor do Panteão Nacional.

Quatro figuras na Sala dos Presidentes

Personalidades a que se juntaram os restos mortais de antigos presidentes da República, três deles transferidos do Mosteiro dos Jerónimos, onde estavam sepultados.

Manuel de Arriaga, o primeiro Presidente eleito, é recebido no Panteão em 2004, juntando-se a Teófilo Braga, Óscar Carmona e Sidónio Pais na Sala dos Presidentes.

Os escritores Almeida Garrett, Guerra Junqueiro e João de Deus também fizeram parte das primeiras figuras trasladadas, em 1966.

A primeira mulher

Mais de três décadas depois, em 2001, a fadista Amália Rodrigues torna-se a primeira mulher a receber honras de Panteão Nacional.

“Há muitas pessoas que vêm pôr aqui uma flor junto ao túmulo de Amália. (…) A presença de figuras importantes no século XX permite explicar o que é o Panteão e para que serve. É um local onde devem estar, e estão, algumas das figuras mais importantes da nossa História”, afirma Santiago Macias.

No verão de 2015, a sala onde se encontram o general Humberto Delgado, o escritor Aquilino Ribeiro e a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen fica completa com Eusébio da Silva Ferreira, o eterno “Rei” do futebol português.

Em 2021, na mesma sala, é feita uma homenagem ao diplomata Aristides de Sousa Mendes. A José Maria de Eça de Queiroz cabe inaugurar uma nova sala do Panteão Nacional.